TRIBUNAL DE CONTAS DIZ QUE EX-VEREADORES DE CAMPO LARGO TERÃO QUE DEVOLVER R$ 108,3 MIL
O Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) julgou irregulares as prestações de contas da Câmara Municipal de Campo Largo de 2006 e quer que os vereadores devolvam aos cofres públicos R$ 108,3 mil, referente valores recebidos por sessões extraordinárias realizados quando o Legislativo era presidido por Marcelo Puppi e por Jorge Júlio. O TCE considerou irregular o recebimento acima do valor devido na remuneração dos vereadores e despesas impróprias com alimentação. Os 11 vereadores que compunham o Legislativo no período, incluindo os dois ex-presidentes da Câmara, terão de devolver R$ 108,3 mil.
Vereadores
O Tribunal de Contas cita os valores a serem devolvidos por 13 vereadores que ocuparam o cargo em 2006: Marcelo Puppi (R$ 9.500,00 como vereador + R$ 5.700,00 como presidente), Jorge Júlio (R$ 9.500,00 como presidente + R$ 3.800,00 como presidente), Tereza de Jesus Moraes (Tereza da Latinha – R$ 9.500,00), Carlos Ivan Norberto (R$9.500,00), Achilles Amadeu Munaretto (R$9.500,00), Marilena Schiavon (R$9.500,00), Sérgio Schmidt (R$9.500,00), Luiz Carlos Cecato (R$9.500,00), Paulo Castagnoli (R$7.600,00), Darci Andreassa (R$9.500,00), Said Matar (Neno – R$9.500,00), Josley Andrade (R$3.800,00) e Cláudio Thadeu Cyz (R$1.900,00).
Dois desses vereadores já faleceram – Ivan Norberto e Tereza da Latinha. Outro, que tornou Campo Largo famoso nacionalmente, Cláudio Thadeu Cyz, fugiu da cidade em 20 de março de 2006, após ter aplicado golpe financeiro calculado em mais de R$ 80 milhões, em que investiu em seu escritório de investimentos.
Marcelo Puppi esclarece
O ex-presidente da Câmara, Marcelo Puppi, enviou nota à imprensa esclarecendo a ação do Tribunal de Contas do Estado (TCE), que anunciou tê-lo condenado ao lado de Jorge Júlio, por supostamente ter recebido remuneração irregular e despesas impróprias com alimentação em 2006. Puppi informa que entre julho de 2006 e outubro do mesmo ano estava licenciado do cargo de presidente, por ter sido candidato ao cargo de vice-governador do Estado na chapa do deputado Rubens Bueno (PPS). “Eu não estava na Câmara no período em que foram pagas as sessões extraordinárias. Nada ordenei e nada recebi”, garante.
Segundo ele, “por equivoco interpretativo”, o TC diz ainda que Puppi também é solidário pelo pagamento efetuado ao seu próprio suplente, ou seja, para o vereador que assumiu em seu lugar. “É de uma clarividência solar que a ninguém pode ser imputado por algo que não praticou, tampouco se beneficiou. Como pode ser responsabilizado se nem na Câmara estava?”, afirma.
Ainda de acordo com Puppi, o TCE também se equivocou ao indicar que 13 vereadores teriam sido autuados a devolver R$ 108 mil recebidos irregularmente. “A Câmara Municipal de Campo Largo tem apenas 11 cadeiras. Quando um suplente assume é porque o titular se afastou. Considerou assim, e de forma estranha, que a Câmara teve dois presidentes concomitantemente”, afirma.
Puppi – que já recorreu da decisão – também diz que não houve rejeição das contas por despesas impróprias do Pode Legislativo, como alimentação. “Existe uma citação, com ressalva, de uma nota de alimentação em Brasília realizada por um servidor, considerada irrelevante” pelo Tribunal, afirmou.
Jorge Júlio
O ex-vereador Jorge Júlio disse que só exerceu a presidência da Câmara por alguns meses, no período de licença de Marcelo Puppi. “Apenas procedi como já era feito por meu antecessor”, esclareceu.