SINDICALISTAS CONQUISTAM NA JUSTIÇA DIREITO A TER CONTATO COM TRABALHADORES DENTRO DA FÁBRICA
Após anos de impedimento, trabalhadores da FIAT em Campo Largo, licenciados para o trabalho sindical, conquistam o direito do ingresso na empresa para falar com os trabalhadores.
A Decisão liminar expedida pela juíza Suely Filippetto, da 23ª Vara do Trabalho de Curitiba, determina que a empresa não dificulte acesso dos representantes sindicais no local de trabalho dos representados nos intervalos de jornada.
A conquista acaba por permitir que a entrega do jornal CLASSE T (periódico dos metalúrgicos de Campo Largo) possa ser feita na catraca da empresa e no Refeitório, nos horários de repouso e alimentação, e não mais nos portões da fábrica como vinha ocorrendo até o momento.
A medida também determina que a empresa se abstenha de realizar qualquer reunião de negociação no interior da planta sem a presença de dirigentes sindicais.
A Justiça entendeu que a entrega dos jornais limitada aos portões da Fiat configura-se uma ferramenta utilizada pela empresa para barrar o contato dos trabalhadores com o Sindicato e restringir o acesso à informação. “A decisão também nos ajuda a garantirmos a segurança de nossos dirigentes e dos trabalhadores”, destaca o presidente do Sindimovec, Adriano Carlesso.
Numa demonstração de maturidade nas relações institucionais, as demais empresas que empregam os metalúrgicos de Campo Largo – Caterpillar e Metalsa, sempre facilitaram o acesso dos dirigentes à fábrica e a entrega dos informativos aos trabalhadores. A liminar é o resultado de uma ação judicial impetrada em 2015 contra a empresa. Isso porque o ano passado foi marcado pela batalha do Sindimovec contra suas práticas antissindicais, o que motivou a realização de duas audiências públicas – uma na Alep (Assembleia Legislativa do Paraná) e outra na Câmara Municipal de Campo Largo.
DESRESPEITO à ORDEM JUDICIAL
Mesmo com uma liminar contra ela, a empresa continua tentando barrar o contato do Sindicato com os trabalhadores. Nesta semana, a situação se repetiu por duas vezes: na terça-feira, quando o Sindicato tentava adentrar ao refeitório da empresa para comunicar os trabalhadores sobre o acontecimento de Audiência, e hoje, sexta, quando o Sindicato fez contato com os trabalhadores para comunicar sobre o seu resultado.
O detalhe é que as duas ações do sindicato na empresa não foram motivadas por questões banais, e sim para comunicar aos trabalhadores sobre Audiência no Tribunal Regional do Trabalho sobre o Dissídio Coletivo da categoria, que está pendente de uma solução desde março, mês da data base.
Com o intuito de dificultar o contato dos sindicalistas com os trabalhadores, a empresa impediu a entrada no refeitório e a entrega de panfletos, sob a alegação de desconformidade com a redação da liminar, além de tentar restringir o acesso sob a alegação descabida de falta de equipamentos de proteção individual.
O Sindicato está tomando as devidas providências a respeito!
“O que se espera é que a decisão da justiça auxilie o amadurecimento das relações sindicato x empresa, e que possamos, a partir disso, iniciar um relacionamento mais respeitoso”, defende Carlesso.
