“PAUTA BOMBA”: MAIS AMEAÇAS CONTRA O TRABALHADOR

 

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“Pauta-bomba”. O termo já se tornou comum para quem acompanha o noticiário pela TV, internet, jornais. Em resumo, a expressão “bomba” traduz, logo de cara, a primeira impressão de que coisa boa não vem. Em se tratando de políticas que ferem os direitos dos trabalhadores, a preocupação agora se concentra na pauta de votações do Congresso Nacional, retomada depois do longo período de recesso parlamentar.

Na Câmara e no Senado, não faltam matérias polêmicas contrárias aos interesses da classe trabalhadora.  Integra a “pauta-bomba”, por exemplo, o Projeto de Lei do Senado (PLS) 555/2015, também conhecido como “Estatuto das Estatais”. O projeto tem DNA tucano e representa um grande risco às empresas públicas brasileiras. Na prática, a aprovação da proposta abre a possibilidade de uma nova onda de privatizações, quando emprego e demais direitos trabalhistas são ignorados em nome do lucro, além de projetos que pretendem tornar mais rígidas as regras para a concessão do seguro-desemprego, sem contar na ideia da flexibilização dos direitos trabalhistas, que ameaça direitos conquistados em décadas de lutas pela classe trabalhadora.

Enquanto os idealizadores de projetos como esse atuam nos bastidores em favor das propostas, outras ações, também munidas dos mesmos interesses, trabalham para que as atenções da mídia e da opinião pública continuem voltadas a temas recorrentes e inconclusivos, como o impeachment da presidente Dilma. “Está em jogo um projeto político de combate à desigualdade que incomoda e sempre incomodou uma parcela da sociedade. Tudo isso acontece enquanto o País agoniza e o cidadão comum espera que temas urgentes e relevantes sejam, de fato, discutidos para que a nação volte a crescer”, analisa o presidente do Sindimovec, Adriano Carlesso.  Na visão do sindicalista, todos sentem, inegavelmente, os efeitos da crise econômica, que é consequência da crise política vivenciada pelo país. “Esse cenário econômico só se deu em razão de uma grande crise política, orquestrada para atingir os avanços econômicos e sociais conquistados por um partido que está no governo há 14 anos”, lembra o presidente do Sindimovec, Adriano Carlesso.

Num ambiente preocupante, de futuro incerto das conquistas trabalhistas, em que até mesmo o governo tem pautas contrárias aos interesses dos trabalhadores, às centrais sindicais cabe a mobilização para evitar retrocessos ainda maiores. “Nós temos que lutar e ter atenção para que o trabalhador, que já perdeu tanto, não perca ainda mais. As entidades sindicais querem ampliar a discussão, impedindo que esses projetos sigam em frente sem o debate e as mudanças necessárias”. O presidente do Sindimovec acrescenta: “esse debate também deve acontecer nas urnas, através do voto consciente, pois o nosso problema não está somente no Governo Federal, como muitos teimam em dizer, mas também no Congresso Nacional. Nosso povo precisa entender que nossas leis não são feitas somente pela vontade do governo federal, e sim por vereadores (âmbito municipal), deputados (âmbito estadual e federal) e senadores (âmbito federal) e, muitas vezes, o povo nem para pra pensar em quem está votando, correndo o risco de que o candidato escolhido vote contra o seu interesse como trabalhador”.

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