Metalúrgicos da CUT discutem estratégias de fortalecimento das Redes Sindicais

Atividade teve participação dos coordenadores de redes sindicais em empresas metalúrgicas

Foi realizado na terça e quarta-feira (6 e 7) o segundo módulo do Programa de Formação “Ação Internacional e o Fortalecimento das Redes Sindicais”. A atividade, que aconteceu em Cajamar (SP), é destinada para os coordenadores de redes sindicais em empresas metalúrgicas. O curso é promovido pela Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), em parceria com a Fundação Friedrich Ebert (FES).

Ao longo dos dois dias, os participantes debateram a conjuntura política e econômica do Brasil, internacional e da América Latina, além de estratégias para fortalecer as redes sindicais de empresas.  Para ajudar nas discussões, houve painéis com especialistas, como a professora doutora Tatiana Berringer da UFABC (Universidade Federal do ABC), Marino Vani, representante da IndustriAll para América Latina, a técnica da subseção do Dieese Cristiane Ganaka.

Crédito: CNM/CUT
Análise de conjuntura foi feita pela professa da UFABC Tatiana
Análise de conjuntura foi feita pela professa da UFABC Tatiana Berringer 

Em sua análise, Tatiana destacou a derrota dos governos de esquerda na América Latina e os impactos na vida dos trabalhadores no continente. “A derrubada de lideranças progressistas destruiu os empregos de qualidade, retirou direitos sociais e trabalhistas. No Brasil, por exemplo, este governo ilegítimo acabou com o legado de Getúlio Vargas e das luta de todo o povo brasileiro quando colocou em pauta a Reforma Trabalhista”, disse.

Ainda segundo ela, é preciso reorganizar uma nova esquerda para a retomada do crescimento econômico e social do país. “A discussão de capital trabalho é fundamental, mas não é única. Precisamos incluir neste debate as contradições de gênero, raça e juventude. Precisamos incorporar estes temas tendo em vista as transformações ocorridas no mundo do trabalho.”

“Todos os níveis de organização dos trabalhadores são fundamentais para combater o capitalismo selvagem das transnacionais. Por isso, A organização e consolidação de redes sindicais nas empresas multinacionais são decisivas para a política sindical global”, completou o secretário de Relações Internacionais da CNM/CUT, Maicon Vasconcelos.

Crédito: CNM/CUT
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Secretário de Relações Internacionais da CNM/CUT, Maicon Vasconcelos, coordenou encontrou

IndustriALL
Por teleconferência, Marino Vani tirou dúvidas sobre a estrutura da IndustriALL, entidade internacional que representa os trabalhadores metalúrgicos, químicos e têxteis em todo o mundo. “Um dos caminhos para combater o trabalho precário é organizar os trabalhadores nas transnacionais através dos seus respetivos sindicatos”, contou. “O Macrossetor da Indústria da CUT (MSI), composto por metalúrgicos, químicos, têxteis e trabalhadores na construção e na alimentação, é outra ferramenta importante para unificar as lutas dos trabalhadores”, completou.

Novo Sindicalismo
Para conhecer, refletir e analisar a história da estrutura sindical brasileira relacionando-a aos desafios atuais do mundo do trabalho, a técnica do Dieese apresentou um breve histórico do sindicalismo no país.

“Essa dinâmica de montar a linha do tempo com os participantes coloca o olhar do trabalhador na história. Em todas as datas históricas eles conseguiram inserir a classe trabalhadora como protagonista”, afirmou.

Coletivos CNM/CUT
Já na tarde do segundo dia do encontro, a secretária de Igualdade Racial da CNM/CUT, Christiane dos Santos, lembrou do processo de construção do Coletivo que coordena, por meio do curso “Combate ao Racismo para a Construção da Igualdade Racial”, que sensibilizou as entidades de metalúrgicos cutistas para o tema, a partir da troca de experiências e da formação teórica.

Crédito: CNM/CUT
Christiane explicou política dos Coletivos da Confederação
Christiane explicou política dos Coletivos da Confederação

“A criação do Coletivo foi diferente porque teve tem o intuito de debater e elaborar propostas para superação do racismo no mundo do trabalho e na sociedade. Somos mais um instrumento para combater o racismo e é um compromisso do movimento sindical lutar pela igualdade, principalmente, na questão racial.”

(Fonte: Shayane Servilha, assessoria de imprensa da CNM/CUT)

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