IFPR realiza primeiro pedido de patente com projeto do Campus Paranaguá
O IFPR realizou o primeiro pedido de patente com o “Dispositivo de proteção para processos de soldagem e corte com indicação visual de ruídos e outras condições operacionais”. Sob o número de processo BR10.2017.013438-5, o registro foi realizado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), autarquia federal vinculada ao Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, responsável pelo aperfeiçoamento, disseminação e gestão do sistema brasileiro de concessão e garantia de direitos de propriedade intelectual para a indústria.
A equipe do projeto é composta pelos docentes Marina Izabelle Grabarski e Rafael Rogora Kawano, e pelos estudantes do curso Técnico em Mecânica Eduardo Ribeiro dos Santos, João Nogueira, Lucas Veiga Filadelfo e Maria Clara Chaves Pereira, todos do Campus Paranaguá.
“O projeto surgiu da necessidade de incluir os alunos surdos do campus na matéria de soldagem do curso Técnico em Mecânica. Existem equipamentos de proteção que infelizmente não são preparados para a utilização por pessoas com necessidades específicas, então nossa ideia é adaptar uma máscara de solda (as máscaras comuns protegem de radiação e respingos metálicos durante o processo) para captar os ruídos desse processo e transmitir em sinais luminosos para a máscara. Então além da máscara proteger, também vai fazer a tradução de ruído para sinal luminoso, auxiliando os deficientes auditivos”, afirma Lucas.
Marina conta qual foi a motivação inicial do projeto: “a minha preocupação com as aulas práticas é sempre a segurança, queria saber se o aluno ia entender o que estava acontecendo e se ele ia poder sentir os sinais assim como os alunos ouvintes. A máquina faz muito barulho, e isso ajuda a compreender se o processo está correto ou não. Por exemplo, essa máquina em específico não tem nenhum outro sinal de que ela está ligada, a não ser o sonoro, então pensamos: ‘como que eles vão saber que a máquina está ligada?’”.
“É incrível que neste momento estejamos trabalhando para melhorar os índices ligados à inovação do país com uma característica tão nossa: a inclusão”, afirma Odacir Antonio Zanatta, Reitor Pro tempore do IFPR.
O protótipo foi desenvolvido na disciplina de “Projetos”, que acontece no último ano do curso. “Eles desenvolveram no primeiro semestre deste ano, agora vão aperfeiçoar para entregar no final do ano letivo”, declara Rafael. “Eles fizeram uma vivência como se tivessem a deficiência auditiva e a partir disso estão fazendo todas as melhorias para incorporar nas versões do protótipo”, afirma o docente. Os alunos surdos ainda não usaram ou testaram porque não começaram a disciplina. O professor ainda esclarece que além da inclusão, o projeto auxilia no aprendizado da matéria de soldagem, visto que os ruídos são decodificados, ajudando no ensino.
Maria Clara lembra que as empresas precisam incluir os deficientes no trabalho, “este é um projeto que está começando agora, mas não tem uma validade”. “Ano que vem os alunos surdos vão poder usar a máscara e, por ser um projeto de alunos, também vão poder adaptar para outras necessidades que a gente ainda não percebeu. Este é um projeto vivo, que vai continuar crescendo”, finaliza a docente Marina. Leia matéria na íntegra via IFPR.
Fonte: IFPR.