IBGE: desemprego volta a subir e vai a 8,2%
A taxa de desocupação para o conjunto das seis principais regiões metropolitanas do país analisadas pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME) subiu 0,6 ponto percentual de janeiro para fevereiro, quando fechou em 8,2% da população economicamente ativa – percentual de pessoas desocupadas.
O levantamento envolveu São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Salvador, Belo Horizonte e Porto Alegre.
Os dados da PME foram divulgados hoje (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e indicam que, em relação a fevereiro de 2015 (5,8%), a taxa subiu 2,4 pontos percentuais.
Segundo o IBGE, em fevereiro deste ano a população desocupada fechou em 2 milhões de pessoas, crescendo 7,2% em relação a janeiro – mais 136 mil pessoas. Em relação a fevereiro de 2015, no entanto, o crescimento do número de pessoas desempregadas chegou a 39%, o que significa que mais 565 mil pessoas ficaram sem ocupação.
Já a população ocupada do país fechou fevereiro em 22,6 milhões de trabalhadores para o conjunto das seis regiões metropolitanas pesquisadas, neste caso apresentando declínio tanto na comparação mensal (-1,9%, ou menos 428 mil pessoas); quanto em relação a fevereiro de 2015 (-3,6%, ou menos 842 mil pessoas).
Maior taxa de desemprego
A taxa de desemprego de 8,2% apurada pelo IBGE em fevereiro é a maior para os meses de fevereiro desde os 8,5% de 2009. É também a maior variação desde os 8,8% de maio do mesmo ano.
O resultado de fevereiro de 2016 chega a ser 2,4 pontos percentuais superior ao percentual de desocupação de fevereiro de 2015: 5,8%. Neste caso, é o maior avanço anual para o mês de toda a série histórica iniciada em março de 2002.
Os dados indicam que o número de trabalhadores com carteira de trabalho assinada no setor privado não apresentou variação na comparação mensal, permanecendo em 11,4 milhões. Quando comparado a fevereiro de 2015, há queda de 4,1% no emprego formal, redução de 488 mil pessoas com carteira assinada no setor privado.
Rendimento do trabalhador cai 7,5%
Em fevereiro, o rendimento médio real habitual dos trabalhadores foi estimado em R$ 2.227,50, uma queda de 1,5% em relação a janeiro, que foi de 2.262,51. Quando a comparação se dá com fevereiro de 2015, o rendimento médio real habitual do trabalhador para o conjunto das seis principais regiões metropolitanas do país (Rio, São Paulo, Recife, Salvador, Belo Horizonte e Porto Alegre) cai 7,5%. Na ocasião, este rendimento era de R$ 2.407,53.
A massa de rendimento médio real habitual das pessoas ocupadas em fevereiro deste ano foi estimada em R$ 50,8 bilhões, resultado 3,4% abaixo da estimada em janeiro. Na comparação anual, essa estimativa recuou 11,2%.
Regiões metropolitanas
Entre as seis regiões metropolitanas envolvidas na Pesquisa Mensal de Emprego, o IBGE constatou alta na taxa de desocupação apenas em São Paulo, onde o desemprego subiu de 8,1% para 9,3%. A mesma taxa ficou estável nas demais regiões na comparação fevereiro/janeiro de 2016.
Frente a fevereiro de 2015, no entanto, houve crescimento da taxa em todas as regiões, com destaque para a Região Metropolitana do Recife, onde o desemprego aumentou 3,4 pontos percentuais (de 7% para 10,4%); em São Paulo (de 6,1% para 9,3%; em Belo Horizonte (de 4,9% para 7,2%); em Salvador (de 10,8% para 12,6%); em Porto Alegre (de 4,7% para 6,4%); e no Rio de Janeiro (de 4,2% para 5,2%).
Substituição de pesquisa
Está foi a última vez que o IBGE divulgou a Pesquisa Mensal de Emprego. Ela será substituída pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua), que apura os números do desemprego em 211 mil domicílios de 3.464 municípios em todo o país.
Para Cimar Azeredo, coordenador de trabalho e rendimento do IBGE, este é “um momento bastante emocionante e histórico dentro da instituição”. A pesquisa foi implantada em 1980 e está completando 36 anos.
“Essa pesquisa nasceu pequena, tinha o objetivo de atingir pelo menos nove regiões metropolitanas, mas por questões de recursos, não foi possível. A partir de 2002, conseguiu fazer uma série de estudos para conhecer o perfil de mercado de trabalho. Ela vai ser substituída pela Pnad Contínua, que vem permitir que tenhamos a curto prazo informações do mercado de trabalho em nível nacional”, disse Cimar.
Desde a data de implantação que o levantamento, com a divulgação mensal de seus indicadores, vinha sendo uma das principais fontes para o acompanhamento do comportamento conjuntural do mercado de trabalho nas seis maiores regiões metropolitanas do País.
“Tais indicadores permitiram, ao longo de 36 anos, avaliar as flutuações e as tendências da força de trabalho nas seis regiões metropolitanas”, estabelecendo-se, na avaliação do economista, “como um indicativo ágil dos efeitos da conjuntura econômica na inserção da população no mercado de trabalho e, dessa forma, como um dos parâmetros para o planejamento socioeconômico do país”. (Agência Brasil)