Editorial: O escudo legal dos trabalhadores
A vida sindical é repleta de desafios. O ingresso na vida política é um deles. Atualmente, com o discurso antissindical abertamente divulgado nos corredores das empresas, um representante sindical na política vira motivo de crítica em dobro! Parece que ser sindicalista e político compõe uma espécie de combo: dois “crimes” em um só indivíduo.
Mas mesmo nadando contra a maré, ou melhor, contra uma “onda”, os sindicatos legítimos resistem. Buscamos através de pareceres técnicos de assessorias econômicas e jurídicas fazer análises e lutar para que a classe trabalhadora não seja punida. Jamais vamos nos omitir.
Um exemplo é nossa postura contrária à aprovação da Reforma Trabalhista. Sabemos que essas alterações prejudicam nossos representados. E é aqui que chegamos num ponto chave desta conversa sobre política e sindicalismo:
Trabalhadores, você não acham que falta representantes políticos de trabalhadores e sobram representantes políticos de empresários?
Será mesmo justo que os trabalhadores e os sindicatos lutem tanto para garantir que a lei seja aplicada, quando nossos representantes na política (deputados e senadores), que deveriam estar ao lado do povo, entregam nossos direitos de bandeja ao grande capital?
Vivemos em um país onde o trabalhador, na maioria das vezes, precisa ingressar na justiça porque não recebeu, sequer, as verbas rescisórias (o popular acerto). Quem vive no movimento sindical sabe a quantidade de demissões que acontecem. A situação tende a piorar, infelizmente.
Por isso é importante contar algumas histórias de vida. Casos reais. E nesta edição do Classe T Web, você vai poder conferir o que aconteceu com o trabalhador da Metalsa, o Bruno, que foi um dos #Perfis que fizemos para o jornal.
Gente! É fato, a reforma trabalhista tem o objetivo de enfraquecer a Justiça do Trabalho, o trabalhador e os sindicatos. Parece que o lema “reduzir custos e otimizar lucros” foi levado ao pé da letra pelos empresários que defenderam as mudanças na legislação trabalhista. Foram alterados 117 artigos da CLT de forma não democrática. É inacreditável!
A verdade é que devemos aprender com o que aconteceu e entender que vivemos uma verdadeira crise de representatividade, tanto política quanto sindical. O resultado desse colapso das instituições fez com que poucos, com muito poder econômico (concentração de renda), acabassem com importantes direitos de muitos.
Será que se houvesse mais políticos sindicalistas a história não seria diferente?
Esta edição do Classe T Web busca mostrar que há trabalhadores que fazem a diferença na sociedade, com iniciativa, força de vontade. Esse exemplar mostra pessoas que constroem algo melhor para o coletivo.
É preciso solidariedade e conhecimento para continuar nessa luta!
Boa leitura!
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ARTE: Jonathan Willian Ferreira de Andrade.