Betim: Fiat paralisa produção por suspensão no fornecimento de peças
A produção da fábrica da Fiat em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, está paralisada desde sexta-feira (13) por causa da suspensão de fornecimento de componentes pelas empresas Tower e Mardel, pertencentes ao grupo multinacional Keiper/Prevent.
Segundo a Fiat, as fornecedoras queriam reajustar seus preços. O assunto ainda estava em negociação quando, de acordo com nota divulgada pela montadora, “as empresas interromperam abruptamente o fornecimento de componentes e estruturas metálicas soldadas na última quinta-feira (12)”.
A fábrica em Betim tem 19 mil funcionários e é a maior montadora de veículos do Brasil, produzindo 16 modelos. De acordo com a Fiat, a perda diária em arrecadação para o governo é de R$ 30 milhões.
O advogado da Keiper/Prevent, César Hipólito Pereira, disse que a interrupção do fornecimento dos componentes foi necessária porque há débitos da Fiat em relação a uma remessa de peças e que, logo após ter feito o pedido, anunciou férias coletivas.
A assessoria da Fiat nega a dívida e disse que a última paralisação aconteceu no dia 25 de abril, durando dez dias. De acordo com a montadora, a medida atingiu trabalhadores de três das quatro linhas de produção.
O Sindicato dos Metalúrgicos de Betim e Região informou que discute uma ação jurídica para defender os interesses dos trabalhadores. “É um absurdo duas empresas multinacionais brigarem e os operários servirem de escudo. Há uma preocupação e uma desconfiança constantes por causa da situação atual do Brasil e ainda aparece este embate, prejudicando a classe trabalhadora”, disse o presidente da entidade, João Alves.
Nesta segunda-feira (16) a Justiça determinou à empresa que retomasse o serviço em até 24 horas. A decisão foi dada pelo juiz da 2ª Vara Cível de São Bernardo do Campo, Maurício Garcia. No pedido à Justiça, a Volkswagen argumentou que a falta de entregas dos bancos está gerando um grande transtorno nas fábricas da montadora, interrompendo a produção de mais de 1,2 mil veículos por dia em cada uma delas.
A montadora também ressaltou que não tem um fornecedor alternativo e que a falta de produção está gerando transtorno na rede de concessionárias, onde milhares de consumidores estariam aguardando a entrega destes veículos.
A Keiper informou que vai recorrer da decisão.
A Fiat informou que também estuda entrar na Justiça para que a produção seja retomada. (Fonte: G1)