AUTÓDROMO PODERÁ SER CONSTRUÍDO EM CAMPO LARGO
Segundo matéria publicada na Gazeta do Povo no sábado (5 de março), com o fechamento do Autódromo Internacional de Curitiba (Pinhais), poderá ser impulsionado o projeto de construção de uma nova pista em Campo Largo. No domingo (6), o Autódromo de Pinhais sediou a primeira corrida da temporada de 2016 da Stock Car, que também pode ter sido a última corrida da categoria a ser disputada nesse local.
O presidente do autódromo, Jauneval de Oms, confirmou à imprensa que negocia a venda do terreno de 560 mil metros quadrados, que deverá se transformar em um grande empreendimento imobiliário. Falta apenas decidir qual das mais de dez propostas será aceita. “Existem 12 propostas de vários tipos, diversificadas, mistas. Provavelmente vamos aceitar uma delas… Só depende de nós, proprietários”, afirma Jauneval.
O AIC é propriedade da empresa Inepar, da qual Jauneval foi presidente e hoje integra o conselho de administração, e de Fortunato Guedes, sócio do falecido Flávio Chagas Lima, responsável por construir o autódromo inaugurado em 1967. O empresário Flávio Chagas Lima era um empreendedor com visão de futuro e ficou muito conhecido em Campo Largo nas décadas de 1970 e 1980 quando participou de obras públicas na gestão de ex-prefeito Newton Puppi.
Autódromo na Fazendinha
O sonho de manter Curitiba na rota do automobilismo nacional é encabeçado pelo piloto e empresário Thiago Marques. Estaria em fase avançada de negociação a compra de um terreno em Campo Largo. A área que estaria sendo negociada seria na localidade de Fazendinha, próximo à antiga Fazenda Campolat.
A primeira opção para a construção do novo autódromo foi o município de São José dos Pinhais, mas o projeto esbarrou em questões ambientais.
Thiago Marques é filho do ex-piloto Paulo de Tarso Marques e irmão do ex-piloto de Fórmula 1 Tarso Marques.
“Estamos em negociações finais de uma área. Se conseguirmos a documentação necessária, vamos anunciar a construção definitiva de um novo autódromo”, explica Marques”. Caso o acordo seja fechado – a expectativa é finalizá-lo ainda em março –, a meta é inaugurar a pista no fim de 2017.
Empregos, renda e barulho
Se o empreendimento for concretizado, Campo Largo deverá lucrar com a geração de novos empregos e aumento da receita. Entretanto, a bucólica região da Fazendinha e arredores perderão a tranquilidade e o sossego característicos de uma das melhores áreas rurais de Campo Largo.
Vizinhos do Autódromo Internacional de Curitiba comemoraram o anúncio do seu fechamento. Há excesso de barulho nos finais de semana em que são realizadas as corridas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o nível de ruído recomendável para a audição é de até 50 decibéis – o motor de um carro de Stock Car pode ultrapassar 100 decibéis a cerca de 50 metros da pista.
Hotelaria e turismo
O presidente do Sindicato Empresarial de Hospedagem e Alimentação do Paraná (SEHA), João Jacob Mehl, afirma que é difícil mensurar a importância do Autódromo Internacional de Curitiba, mas acredita que o fechamento deve refletir na diminuição de aproximadamente 20% da frequência de hotéis e restaurantes de Curitiba e Pinhais nos fins de semana de corrida. “Mais uma vez vamos perder [esse movimento] para outra cidade, outro estado. Para o turismo é terrível”, diz.
Serviço: Autódromo em Campo Largo
Veja matéria na Gazeta do Povo