Acordos entre Sindimovec e empresas do setor automotivo podem injetar mais de 8 milhões de reais na economia local

Após negociações coletivas com intermediação do Sindicato dos Metalúrgicos de Campo Largo, trabalhadores irão movimentar a economia da região metropolitana de Curitiba

As negociações coletivas de 2021 dos metalúrgicos da Caterpillar (CAT), Metalsa e Stellantis (FCA) encerraram. O Sindimovec, representante legal da base de trabalhadores nessas fábricas, avalia que os acordos garantiram a manutenção de postos de trabalho e mais poder de compra aos trabalhadores de Campo Largo e região metropolitana de Curitiba. De acordo com o Sindicato, mais de 8 milhões de reais circularão após distribuição dos recursos dos Programas de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) da empresas.

Para Adriano Carlesso, presidente da entidade de classe, “não há dúvida da importância da negociação coletiva, da representatividade dos trabalhadores e do diálogo entre entidade de classe e empresas”, explicou. Em 2021, em números gerais, o acordo na CAT gerou mais de R$ 6.045.000,00 em PLR aos 650 trabalhadores da fábrica. Na Metalsa, com 170 metalúrgicos, a injeção foi de R$ 1.360.000,00. Já na Stellantis (FCA) o PLR ficou em R$ 1.280.000,00 para 400 representados.

Segundo o balanço das negociações coletivas deste ano, feito pelo Sindimovec, esses acordos podem render à economia local R$ 8.685.000,00 no total. “Esta é a importância dos Sindicatos e das negociações coletivas que o patronato a favor do Governo Federal quer acabar. Mesmo com toda a carga negativa que a mídia hegemônica faz contra os Sindicatos, estes órgãos continuam rendendo frutos aos trabalhadores. Sindicalizar-se é a melhor forma de fortalecer ainda mais esta luta”, completou Carlesso.

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PLR

Nos últimos anos, os direitos dos trabalhadores foram esfacelados pelo Governo Federal. Hoje, a média de desemprego no Brasil está em 14 milhões de pessoas. Após 4 anos da reforma trabalhista, não houve os avanços prometidos. A criação de emprego, principal justificativa para aprovação das mudanças na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), não passou de promessa (LEIA MAIS AQUI).

Os recursos da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) ajudam a movimentar a economia de todo o país. Uma conquista dos sindicatos, que debateram e reivindicaram a PLR. Na Constituição Federal, em seu artigo 7º, inciso XI, a participação nos lucros e resultados ganhou forma com a regulamentação da LEI No 10.101, de 19 de dezembro de 2000.

Na Constituição Federal:

“Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:

(…)

XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;”.

É preciso deixar claro que a PLR é uma conquista. Está no histórico de lutas do movimento sindical. A negociação coletiva da distribuição de lucros e resultados começou com a categoria bancária junto aos bancos privados, em 1995; depois vieram os acordos dos petroleiros, do setor elétrico e dos metalúrgicos.

De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a negociação da PLR abre a possibilidade de incluir outros temas nas pautas de reinvindicação, em prol dos trabalhadores. Temas relacionados ao ambiente e às condições de trabalho, ao padrão tecnológico adotado pelas empresas, à qualificação dos trabalhadores, à jornada de trabalho entre outros.

Crédito foto: Bancax.

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