Negociações do Sindimovec garantem injeção de 14 milhões na economia local
São quase 14 milhões de reais se somar os acordos de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) dos trabalhadores das fábricas Caterpillar, Metalsa e Stellantis. Todas unidades instaladas em Campo Largo
Metalúrgicas e metalúrgicos de Campo Largo, quase 1700 trabalhadores das unidades da CAT, Metalsa e Stellantis, injetarão nos próximos meses aproximadamente 14 milhões de reais na economia local. A maioria da força de trabalho das multinacionais é residente em Campo Largo ou mora na Região Metropolitana de Curitiba.
Para a direção do Sindimovec, após intermediação das negociações coletivas, fica clara a importância das entidades sindicais para garantir acordos que beneficiem a classe trabalhadora. Os metalúrgicos de Campo Largo acreditam que a atuação sindical vai além da defesa de direitos, pois também movimenta a economia local ao melhorar o poder de compra dos trabalhadores.
As negociações coletivas de 2022 encerraram nos últimos dias. O Sindimovec, representante legal da base de trabalhadores nas fábricas já mencionadas, reitera que aproximadamente 14 milhões de reais circularão após distribuição dos recursos do PLR das empresas. Dos 1690 trabalhadores, 1150 estão na CAT, 290 na Metalsa e 250 na Stellantis.
Para Adriano Carlesso, presidente do sindicato, “não há dúvida da importância da representatividade sindical. O bom diálogo entre entidade de classe e empresa deve existir para que cheguemos ao equilíbrio. Nos últimos anos fechamos acordos que ajudaram a manter a econômica regional aquecida”, explicou.
Confira nos links os números gerais dos Acordos Coletivos de 2022:
:: Caterpillar (CAT)
:: Metalsa
:: Stellantis (FCA)
Nos últimos anos o Sindimovec tem firmado acordos coletivos que proporcionam essa injeção na economia local, mas, para além da questão do PLR, há também outras garantias de renda que movimenta o comércio local e regional. O presidente do Sindimovec explica que “é sempre bom lembrar que todos os anos, com a injeção do décimo terceiro salário, a classe trabalhadora, com seu direito garantido pelas entidades sindicais e do direito do trabalhador, aquece o mercado”.
Vale lembrar que muitos direitos retirados com a reforma trabalhista e com as outras mini reformas do atual governo federal são mantidos através dos Acordos Coletivos. “Isso só é possível graças a força da classe trabalhadora e dos Sindicatos; sem eles os direitos já não existiriam mais. É o que eu sempre digo: você pode até odiar um Sindicato, porque a mídia sempre te fará pensar assim, mas é ele quem tem a obrigação legal de negociar em seu nome, garantindo aumento e mantendo direitos”, conclui Carlesso.
PLR
Os recursos da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) ajudam a movimentar a economia de todo o país. Uma conquista dos sindicatos, que debateram e reivindicaram a PLR. Na Constituição Federal, em seu artigo 7º, inciso XI, a participação nos lucros e resultados ganhou forma com a regulamentação da LEI No 10.101, de 19 de dezembro de 2000.
Na Constituição Federal:
“Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
(…)
XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;”.
É preciso deixar claro que a PLR é uma conquista. Está no histórico de lutas do movimento sindical. A negociação coletiva da distribuição de lucros e resultados começou com a categoria bancária junto aos bancos privados, em 1995; depois vieram os acordos dos petroleiros, do setor elétrico e dos metalúrgicos.
De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a negociação da PLR abre a possibilidade de incluir outros temas nas pautas de reinvindicação, em prol dos trabalhadores. Temas relacionados ao ambiente e às condições de trabalho, ao padrão tecnológico adotado pelas empresas, à qualificação dos trabalhadores, à jornada de trabalho entre outros.
**Imagem de capa: crédito – Federação dos Bancários de SC.