No ABC, metalúrgicos na Volkswagen protestam contra a reforma da Previdência
Metalúrgicos bloquearam pista da via Anchieta pela manhã e deram recado ao governo: ‘Sabemos o tamanho da nossa responsabilidade na luta pelos nossos direitos. Uma coisa é certa: se votar, vamos parar’
Uma quarta-feira (13) de luta contra o fim da aposentadoria. Em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, cinco mil metalúrgicos na Volkswagen pararam as duas vias locais da Rodovia Anchieta, sentido litoral, no KM 24, e fizeram um ato em protesto contra a nova proposta de reforma da Previdência, que pode entrar na pauta de votação da Câmara dos Deputados na próxima semana. A manifestação faz parte da Jornada de Lutas da CUT e demais centrais sindicais contra a reforma.
Por unanimidade, em assembleia, eles aprovaram a proposta de greve, caso a mudança na aposentadoria seja colocada em votação, o que pode acontecer entre os dias 18 e 19.
O presidente da CUT, Vagner Freitas, que participou do ato, afirmou que a votação unânime na assembleia mostra que os trabalhadores compreendem que o que está sendo debatido no Congresso Nacional não é uma reforma e, sim, um desmonte da aposentadoria. Para o presidente da Central, o recado para os deputados ficou bem claro: “Se botar para votar, o Brasil vai parar”!
“Os deputados têm que ficar de olhos abertos se não quiserem morrer abraçados com o golpista Michel Temer. Se votar não volta”, destacou Vagner, se referindo às eleições em 2018. “Se trair a classe trabalhadora não vai se reeleger”, assegurou.
O secretário geral da CUT, o metalúrgico Sérgio Nobre, frisou que “é importante mandar o recado e não deixar votar a reforma”. Segundo ele, a Previdência é direito do povo. “Aqui tem trabalhadores aguerridos, que sabem defender os direitos”, ressaltou.
O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC tem um calendário de mobilizações em outras empresas ainda nesta semana com o objetivo se somar à luta para barrar a aprovação da de mudanças na aposentadoria.
“Além da reforma trabalhista, da terceirização e da PEC do congelamento dos gastos, o que está sendo proposto agora coloca o trabalhador num sistema de escravidão imposto pelo patrão”, disse Wagner Santana, o Wagnão, presidente do Sindicato.
“Esse destino não queremos para nenhum de nós, nem para nossos filhos e gerações futuras que entrarão no mercado de trabalho”, assinalou ainda.
(Fonte: Érica Aragão – CUT Nacional)