Após repressão violenta nas ruas, Senado aprova PEC 55 em primeiro turno

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A Proposta de Emenda Constitucional 55 foi aprovada na noite desta terça-feira (29), em primeiro turno, pelo Senado. À tarde, as forças policiais do Distrito Federal haviam reprimido com dureza as manifestações em Brasília contra a votação da chamada PEC da Morte ou do Fim do Mundo, como ficou conhecida. Cavalaria, bombas de gás lacrimogênio, cassetetes, helicópteros à espreita. O cenário de praça de guerra já se instalava antes mesmo de os manifestantes chegarem a um quilômetro do prédio do Congresso. Lembrava os tempos de ditadura militar.

“Hoje é um triste dia para o Brasil, para uma República que já se mostra velha, carcomida, policialesca”, disse Vagner Freitas, presidente da CUT. “O Congresso é uma expressão da sociedade, e o governo deve entender que o direito de manifestação é algo que faz parte”. E arrematou: “Sou testemunha da violência contra a manifestação, em sua maioria estudantes. O impeachment, a renúncia, a saída do Temer é necessária. Estamos vivendo um estado de exceção”.

A votação da PEC em segundo turno deve ocorrer no próximo dia 12. Se aprovada, o Brasil verá uma triste repetição: amanhecerá no dia 13 de dezembro sob uma legislação antipovo, à semelhança do AI-5 aprovado na mesma data em 1968.

Nesta terça, as mobilizações, que reuniram milhares de pessoas, foram convocadas pelos movimentos sociais para pressionar os parlamentares a não votar a medida. A PEC 55 pretende congelar investimentos sociais públicos até 2036, atrelando-os apenas aos índices de inflação.

A mídia tradicional, que durante praticamente todo o dia ignorou o tema, quando retratou as mobilizações o fez classificando os movimentos sociais como “vândalos”. A mesma mídia segue escondendo da população o debate sobre os reais efeitos que a PEC teria sobre a vida das pessoas.

A direção da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT) foi testemunha do feroz ataque policial à manifestação de trabalhadores, estudantes e movimentos sociais. Os dirigentes da categoria participaram do ato e também foram alvo da violência policial. “Foi uma truculência sem tamanho, o que comprova que a democracia e o legítimo direito de manifestação não existem mais no Brasil. Mas nós vamos continuar resistindo até resgatarmos o nosso país, que foi tomado de assalto por golpistas fascistas, que não têm nenhum compromisso com o povo e a classe trabalhadora. Nossa luta não vai acabar”, afirmou Paulo Cayres, presidente da CNM/CUT.

A direção da Confederação está em Brasília desde ontem, realizando sua última reunião do ano, para traçar estratégias de atuação para 2017 (leia aqui). A reunião será encerrada na tarde desta quarta-feira (30). (Fonte: CUT Nacional com informações da CNM/CUT/ Fotos: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil e CNM/CUT)

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