8M – Dia Internacional das Mulheres: sem avanços para comemorar
Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) lançou Boletim sobre as dificuldades das mulheres no mercado de trabalho
Mais um 8 de março sem avanços concretos para as mulheres, maioria da população brasileiras. De acordo com o Dieese, há históricos problemas vivenciados no mercado de trabalho, na maioria das vezes relacionado à falta de equidade de gênero, além de uma sub-representação da mulher nos espaços públicos de poder e da questão da violência, assunto constante no Brasil.
Dados do 3º trimestre de 2022 revelam que do total da força de trabalho no Brasil, 44,0% eram mulheres (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua – PnadC / realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE). No entanto, também eram maioria entre os desempregados (55,5%).
Em termos de rendimentos, as mulheres ganharam, em média, 21% a menos do que os homens – o equivalente a R$ 2.305 para elas e a R$ 2.909 para eles. Por setor de atividades, mesmo quando as mulheres eram maioria, recebiam menos, em média.
Nos serviços domésticos, as trabalhadoras representavam cerca de 91% dos ocupados e o salário foi 20% menor do que o dos homens. No grupamento educação, saúde e serviços sociais, elas totalizaram 75% dos ocupados e tinham rendimentos médios 32% menores do que os recebidos pelos homens.
Outra questão é que, boletim divulgado pelo Dieese (leia na íntegra AQUI), há uma sub-representatividade feminina nos espaços políticos e de poder, o que explica a dificuldade de colocar no debate legislativo as questões femininas.
Prova disso é que, segundo a Agência Senado, nas eleições de 2022, mesmo com o aumento de candidatura feminina (33,3% de registros a mais nas esferas federal, estadual e distrital), apenas 302 mulheres, do total, conseguiram se eleger para Câmara dos Deputados, Senado, Assembleias Legislativas e governos estaduais, já o número de homens eleitos chegou a 1.3941.
Para finalizar, de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, uma mulher foi assassinada a cada 6 horas apenas no primeiro semestre de 2022. No total desse período, 699 mulheres foram mortas em situações de violência doméstica ou devido a questões que envolvem desdém ou discriminação à condição de mulher, crime denominado de feminicídio.
Portanto, para o Sindimovec, como entidade de classe e de defesa dos direitos das trabalhadoras e dos trabalhadores, o 8 de março é mais um dia de luta por igualdade de direitos.
Com informações via Dieese (edição: Sindimovec).